Gears of War: Lidando com a perda e o luto

Gears chegou lá em 2006, se tornou um hit, criou durante a última geração uma espécie de Gears-like, onde toda desenvolvedora tentou ter a sua versão do jogo, como Vanquish pela Platinum, Warhammer 40,000 pela THQ/Sega, Army of Two pela EA e até The Order 1886 no começo dessa geração. Depois disso e de uma trilogia de sucesso a serie e o gênero deram uma desgastada, quase todas as franquias que se basearam em Gears se esvaíram.  Um spin-off simplista, um bom remake do primeiro jogo e um quarto game solido, mas sem nada relevante, Gears 5 voltou com diversas mudanças e destacando na série seu foco um pouco mais narrativo. É verdade que Gears nunca teve um grande enredo ou algo assim, mas ele é um jogo sobre perda, sobre lidar com esse sentimento, muito baseado em uma eterna guerra do Vietnã. Um sentimento muito trabalhado em filmes sobre o tema, mas muito pouco explorado nos jogos, por mais que tenhamos diversas franquias com o tema de guerra.

Pode conter spoilers dos 5 jogos da série.

Todo personagem mais relevante da história sempre está tentando lidar com algo que foi perdido, seja alguém ou algo nesse mundo. Por isso Gears 5 e o futuro Gears 6 serão a definição dessas histórias e da possível perda de tudo para Marcus Fenix.

E entre Locusts, planetas, guerra e toda essa mitologia, é a dor da perda que guia todos eles. Marcus se pega a uma esperança quase irreal para acreditar que não perdeu seu pai e após encontros e reencontros lidar com a morte eminente de seu progenitor é o que desenvolve o personagem do primeiro para o terceiro jogo da série. Dom também se recusa a lidar que sua esposa tenha morrido, tenta lidar com essa dor tattoando ela sem seu corpo, se dedicando a plantas e outros hobbies, mas no fim ele não consegue lidar com sua perda e perde todo seu proposito e esperança nesse mundo e se auto sacrifica, para que seus companheiros vivam.  

Train Cole, o principal alivio cômico da série, tem esse sentimento explorado no terceiro jogo. Ele um ex-astro de uma liga similar a “NFL” naquele mundo, que tinha tudo, usa o humor para aceitar a perda de todo o status que tinha. Em escala maior a perda do planeta ecoa na série, já que os humanos estão em Sera, após a vida na terra ter sido extinta.

Na nova trilogia é a vez de Kait lidar com a possível perda da mãe e futuramente a perda do tio e de seus amigos. Aqui já temos a perda explorada não pela morte, mas por visões de mundo diferente que levam ao afastamento de sua amizade com J.D, mas nem por isso a sensação de ter se afastado de alguém e não ter conseguido impedir isso, torna a vida dos amigos Kait e Del mais fácil em relação a J.D. Ela ainda é assombrada, com a ideia de ser a causadora de levar a destruição a todos que ama, devido ao seu segredo, explorado no jogo. Tudo isso enquanto Marcus fala de como foi lidar com o luto em relação a morte de sua esposa durante o time skip da série.

No quinto jogo você é obrigado a tomar uma escolha que resultara na morte de um dos seus amigos, J.D ou Del. A Developer, The Coalition ainda não se pronunciou sobra qual escolha será canônica para o sexto e último jogo da série, mas pela reação dos personagens ao receber as noticias, o olho de Marucs transparece sua dor e talvez faça de Gears 6 ser o jogo mais focado no luto de qualquer outro da série, já que após perder pai, esposa e filho, talvez finalmente o capitulo final do pilar da série, Marcus Fenix será escrito.

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