Papo de Colecionador com o Neto do NETOIN!

O primeiro post dessa semana que será repleta de post, depois do Gyabbo e do Mugiwara trago para a coluna papo de colecionador o NETOIN! Site que provavelmente a maioria já deve conhecer. Espero que gostem dessa entrevista e continuem acompanhando o site que terá novidades em breve.

Olá! Inicialmente, muito obrigado por aceitar participar da entrevista.
Na verdade, minha pessoa é quem deve agradecer pela oportunidade. É sempre satisfatório e bem-vindo contar um pouco sobre nós e nossos hobbies. Ao menos, acredito nisso.

Para começar conte um pouco sobre você?
Bom, meu nome é Carlírio (mais conhecido como Neto) e faço parte da classe [old school] entre os fãs de animação e cultura japonesa, isso por já ter passado dos trinta anos de idade. Possuo vários blogs, sendo dois dedicados à cultura japonesa: o [NETOIN! ] e o [Netotin do NETOIN! ].Embora eu já esteja com tal idade, sempre estou aprendendo coisas novas e gosto de compartilhar meus conhecimentos com todos. Muito embora a cultura japonesa esteja no topo de minhas atividades (e também de hobbies), gosto muito de busologia (estudo dos ônibus, bem coisa de fã mesmo) e da numismática (colecionar cédulas monetárias antigas do Brasil e outras de vários Países podem gerar um ganho cultural imenso).

Quando você começou a se interessar por Mangás?
Meu interesse por mangas começou bem devagar, em 1998, quando comprei pela Fonomag (via telefone) o volume 18 de Sailor Moon. Mas foi à partir de 2003 que meu gosto por mangás se intensificou, quando comecei a colecionar Love Hina que é, atualmente, o mangá mais precioso que tenho. Hoje estou colecionando apenas três obras, pois estou passando para uma etapa onde busco ser um pouco mais seletivo sobre aquilo que quero adquirir. Contudo, posso garantir que meu anseio em colecionar mangás não diminuiu.

Qual foi a série ou personagem que mais te marcou até hoje?
Quando se trata de mangás, há uma vertente diferenciada da encontrada no caso dos animes. Nas obras publicadas tenho um carinho especial por Love Hina e Honey and Clover, sendo que justamente no segundo título citado está o personagem que mais marcou. Trata-se do jovem Takemoto que na sua luta diária para completar seus estudos, erguer-se na vida e, principalmente, alcançar a coragem para revelar seus anseios amorosos, enfrenta muitos obstáculos e passa um pouco, para quem lê a obra, da aflição que vem à tona na fase da vida conhecida por adolescência. Vejo o Takemoto como uma lição de vida publicada em mangá.

Quando você passou de leitor ocasional para colecionador?
Acredito que deixei de ser um leitor ocasional em 2007, ano em que passei a adquirir diversos mangás. Se pegar o período compreendido de 2008 até hoje, então posso assegurar que as minhas aquisições têm crescido cada vez mais.

Quantos mangás você tem?
A minha coleção é bem humilde. Em uma comparação direta com as coleções de outros blogueiros conhecidos, por exemplo, ela fica ainda mais modesta. Mas, em um número real, tenho ao todo 150 volumes de 22 títulos diferentes.

Você costuma a comprar seus mangás onde? Você vai atrás de sebos?
Costumo comprar meus mangás em lojas do ramo (por assim enfatizar). Grandes livrarias entram no repertório, também.  Recentemente me tornei adepto de fazer aquisições via internet (o segundo volume da Ação Magazine foi o pioneiro nisto para a minha pessoa). No que diz respeito aos sebos, eles são uma fonte maravilhosa para se adquirir não apenas os mangás, como também alguns DVD’s de animes e até CD’s e mini-CD’s de cantores e grupos nipônicos. Minha coleção de Magic Knight Rayearth, por exemplo, foi 80% comprada em sebos.

Tem alguma preferência por editora ou formato?
Preferências não fazem parte de minha concepção, sejam elas definidas por editoras ou por formatos de publicação. Talvez esta minha visão mude com o passar do tempo, mas atualmente compro aquilo que me interessa de qualquer editora. O formato, na sinceridade, acho a menor das preocupações que se deveria ter. Como frisei anteriormente, não faço diferenciações, mas estou focado nos pontos positivos e negativos de cada editora então, provavelmente, poderá ser apenas questão de tempo para que o meu campo de visão neste assunto mude.

Se você já tem um mangá em meio-tanko e ele é lançado em formato Tankohon você compra novamente?
Eu compraria sem hesitação, especialmente se for de uma obra que me interesse muito. Posso rotular isso como um tipo de [desejo material], no qual se faz o que for preciso (dentro da normalidade das situações, obviamente) para ter em mãos aquela publicação tão desejada.

Quais são seus itens favoritos, que tem um valor financeiro ou emocional maior para você?
Basicamente, no que diz respeito aos itens referentes à cultura japonesa e afins, todos os itens (mini-CD’s, DVD’s e mangás) possuem um valor financeiro forte para a minha pessoa. No que diz respeito a valores emocionais, sem a menor sombra de dúvidas coloco no topo da lista várias edições das antigas publicações nacionais Animax e Henshin, além dos mangás Love Hina, Chobits,  Magic Knight Rayearth e Honey and Clover.
No que diz respeito às revistas, eu adorava folheá-las vezes seguidas, lê-las com vontade e me imaginar, um dia, escrevendo desta forma para um público interessado no assunto (ou seja, me sinto muito realizado com os blogs que mantenho). E sobre os mangás, cada um chamou-me a atenção por razões diversas, onde posso enfatizar os traços e as histórias como primordiais para tal constatação.

Você já fez alguma loucura para comprar um item ou uma coleção?
Sinceramente, nunca fiz nada assim. Talvez isso me classifique como um colecionador iniciante, mas nunca cometi algumas ações do tipo impensadas ou curiosas demais para assegurar algum item para a minha coleção.
Como você guarda sua coleção? E que técnicas você usa para conservá-la?
À julgar pelas imagens, nota-se que o modo como guardo meus itens de coleção é a mais normal possível. Contudo isso mudará em breve, pois comprarei um armário unicamente para guardar tais itens de forma separada de meus demais pertences pessoais.
E quando me refiro a ser um colecionador iniciante, realmente não estou com maiores brincadeiras (se bem que eu poderia). Não faço uso de plásticos especiais ou algo do gênero, mas procuro sempre limpar bem o local para deixar os itens com um estado de zelo e cuidado saudáveis.
Mas acredito que isso também deverá mudar, cedo ou tarde…

Todo colecionador tem sua mania, seu ritual, seu modo de ler, quais são as suas?
Não sei, humildemente, se poderei classificar o ato à seguir como um tipo de mania ou ritual de leitura, mas adoro ler os mangás mais antigos que tenho totalmente fora da ordem cronológica oficial dos mesmos, apenas para relembrar certas passagens especiais contidas neles.
Contudo eu tenho um costume: nego-me a ler qualquer tipo de publicação estando de pé. Procuro, enfaticamente, estar com o corpo bem confortável. Para tanto, estar sentado em uma cadeira, no sofá ou na cama já resolve.  Além disto, recentemente tenho gostado muito de comprar mangás e lê-los em praças. Por sorte, a cidade onde resido possui muitos lugares propícios para a prática da leitura saudável, então não tenho nada para me queixar sobre isso.

Já passou por algum incidente com a sua coleção?
Sim. Teve uma reforma na casa em 2010, que obrigou-nos a conversar alguns objetos e itens de forma provisória em certos locais. Os meus mangás ficaram condicionados em diversas sacolas plásticas e estas ficaram dentro de caixas. Algumas edições dos mangás Dragon Ball (fase clássica), Love Hina e Onegai Teacher sofreram danos em suas páginas e capas. Lamentável o meu descuido e despreparo mediante tal fato consumado.

Você tem muitas revistas sobre o tema que marcaram época como a Henshin. O que mais mudou de lá para cá na sua opinião? E você as guarda de modo diferente dos mangás?
Eu sempre gostei muito de revistas como a Henshin (entre os anos 2000 e 2002) e Animax (de 1996 à 1998). Tinha também a AnimeDo (entre 1999 e 2001), mas esta eu comprava esporadicamente. Eu me entretia muito ao lê-las. Como comentei anteriormente, minha pessoa costuma ficar imaginando-se como seria escrever para tal público um dia. Contudo, isso não significa que uso o método delas para repassar informação como modelo ou base para as postagens em meus blogs. Cada um tem a sua própria forma de passar conhecimento com as palavras escritas, certo?
Atualmente não tenho acompanhado as publicações nacionais deste segmento. Esporadicamente já comprei uma ou outra edição da Neo Tokyo, mas não posso aqui definir como andam tais publicações sem estar acompanhando-as de forma honesta (entenda-se por estar comprando e lendo-as como antigamente). Como costumo freqüentar muitos blogs e sites do meio (inclusive alguns estrangeiros), então tem decaído um pouco as minhas razões para comprar uma revista de tal temática, muito embora eu possa voltar à fazê-lo.
E não guardo estas revistas de forma diferenciada da que uso para comportar/preservar os mangás. Mas, como citado algumas questões atrás, assim que eu comprar um armário especial para isso ficará tudo exatamente no mesmo local.

O que você tem acompanhado nas bancas ultimamente?
Refere-se às revistas sobre animes e mangás? Se for, a melhor resposta está na questão anterior a esta.
Mas sinto falta da Made in Japan. Eu gostava desta publicação…

O que você tem achado do mercado de mangás atualmente?
O mercado brasileiro de mangás está passando por um período que poderá ser o limiar entre a consagração de um ideal ou a queda do segmento no País.
As editoras nacionais possuem identidades próprias e diferenciadas (cito aqui a NewPop, a JBC, a Panini, a Conrad e a L&PM). Cada uma está com uma meta para ser atingida, o que se faz notar sem maiores dificuldades. Entretanto, está havendo uma quantidade grande demais de títulos em circulação. Não tenho coragem de reclamar disto, pois é algo muito bem-vindo. Mas isso acaba gerando um problema, que está no público alvo de cada obra e na forma como diferentes publicações se fazem chegar aos mais distantes locais do País.
O cenário que vejo, hoje, é bem melhor do que o presente no início dos anos 2000, quando se deu o início do “boom dos mangás” no Brasil. Mas é também muito perigoso. Declarações fortes e diretas fazem opiniões se dividirem, mudanças na periodicidade também dividem consumidores e muito se tem falado em qualidade e se o público clama ou não pela mesma. Talvez esteja havendo um amadurecimento deste público…
Considerando a última afirmativa como sendo verdadeira, estarão as editoras prontas para este amadurecimento do público consumidor? É apenas uma questão dentre tantas outras existentes…

Se você só pudesse salvar 3 séries da sua coleção quais seriam?
Indiscutivelmente seriam:  Love Hina, Onegai Teacher/Twins e Honey and Clover.

Obrigado pela entrevista, algo para finalizar? Um recado para os Otakus ou colecionadores?
Eu gostaria, uma vez mais, de agradecer por esta oportunidade. Foi muito interessante e divertido responder a estas questões. Quero enfatizar que o [NETOIN!] é um espaço aberto às visitações e às trocas de opiniões. Humildemente, espero que o espaço seja convidativo para todos e que, de igual forma, esta entrevista tenha servido para se saber um pouco mais sobre como pensa este humilde blogueiro.
Só tenho uma coisa para acrescentar nesta entrevista: sejam firmes nas suas propostas, amigos fãs de animação e da cultura japonesa. Não façam loucuras ou estripulias em razão do apreço por esta arte, mas vivam-na de forma honesta, justa e prazerosa, todos os dias.
Novamente, muito agradecido pela atenção.

5 comentários

  1. Saudações

    Uma vez mais eu agradeço a oportunidade concedida à mim para esta entrevista.
    O resultado final foi muito proveitoso.

    Até mais1

  2. Linda coleção!
    A entrevista foi muito boa! Adorei a resposta da pergunta “Todo colecionador tem sua mania, seu ritual, seu modo de ler, quais são as suas?” rsrs xD Fico relendo as partes que mais gosto também! o/
    Adorei as revistas Henshin *-* Tenho algumas também!

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